A UTILIZAÇÃO DA TV COMO INSTRUMENTO PARA EDUCAÇÃO
Rachel Frazão Barreto Alves
Resumo
A TV possui um grande poder de influência na vida dos jovens, que absorvem muito deste meio de comunicação em suas vidas. A TV pode e deve ser, portanto, utilizada de maneira tal que auxilie o jovem a compreender a sociedade em que vive e tenha um olhar mais crítico sobre o que está a sua volta. Existem maneiras diversas para que o educador trabalhe esta temática em sala de aula.
Palavras-chave: TV. Mídia. Educação.
É indiscutível que a TV tem um grande poder de influência na vida das pessoas. As estatísticas mostram como este meio de comunicação predomina entre a população brasileira. Ela está presente em 91,4% dos lares (Fonte: www.teleco.com. br). Ao analisar este quadro, umas das conclusões é que a televisão consegue, cada vez mais, difundir valores e conhecimento na sociedade. O efeito disto é visível principalmente nos jovens. Ao dedicar o tempo a ver TV, abre-se as portas para a publicidade, entretenimento, política, informação e tudo que pode ser veiculado. Em muitos casos, chega-se à alienação, ao ponto de se acreditar em tudo, e somente, naquilo que é televisionado. A questão que surge aqui, é: como aprender e ensinar o jovem a fazer um bom uso da televisão? A maior parte da programação dos canais de televisão não tem qualquer intuito “educativo”. Portanto, não se pode apenas contar com programação voltada realmente para a educação, mas sim ir além dela e trabalhar com o que os jovens de fato assistem no cotidiano. Negar essa realidade seria um equívoco, pois é importante fazer com a criança e o adolescente encarem sob outro ponto de vista aquilo com o qual ele está habituado. Além disso, sabe-se que os programas ditos “educativos” são normalmente tidos como entediantes, não tem o seu valor devidamente reconhecido e são exibidos em horários desprivilegiados. Um outro aspecto a ser considerado é o desaconselho à proibição. O acesso a TV é fácil, mesmo fora de casa. O jovem poderá mover-se pela curiosidade e não deixará de assistir a um determinado programa simplesmente porque seus pais não o consideram aconselhado.
Dentro de sala de aula, o trabalho com a TV pode ser um aliado. Primeiramente, a TV já é um grande atrativo. Uma proposta de trabalho interessante é uma oficina para aprender o sistema de comunicação que é usado, conforme abaixo:
“Interferir, modificar um determinado programa, um material audiovisual, acrescentando uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados. O professor precisa perder o medo, o respeito ao vídeo assim como ele interfere num texto escrito, modificando- o, acrescentando novos dados, novas interpretações, contextos mais próximos do aluno.” (Moran et al., 1995)
Poderá ser feita, ainda, uma correlação com a linguagem utilizada na mídia, aproximando- se do cotidiano dos alunos. É fundamental que se estimule a interação com a televisão, pois este meio estabelece uma comunicação por uma só via, ou seja, manda mensagens sem permitir que seu receptor as modifique sem exigir muito dele, e por isso ela tem tanta aceitação na sociedade. O jovem precisa ler e entender o que lê antes de simplesmente aceitá-lo. O educador entra justamente para quebrar esta relação, fazendo que o aluno deixe de digerir tudo que a TV passa, sem qualquer análise ou olhar crítico.
“TV e vídeo ajudam o bom professor, atraem os alunos, mas não modificam substancialmente a relação pedagógica. Aproximam a sala de aula das linguagens e temas do cotidiano da sociedade urbana, mas também introduzem problemas para o processo de ensino-aprendizagem .” (Moran et al., 1995)
A TV é apenas uma das possibilidades para fazer algo diferente no processo de ensino-aprendizagem . Investir na sua utilização representa a inserção do cotidiano do aluno na escola e, ao mesmo tempo, a modificação da mesma.
Considerações Finais
Ao trabalhar com a TV, o professor tem nas mãos um instrumento que pode ajudar a conduzir a certos temas e também possibilitar a compreensão do universo do jovem. O importante é usar a liberdade de que se dispõe, sem jamais abandonar a existência de um significado da atividade que está sendo realizada.
Referência:
MORAN, José Manuel. O Vídeo na Sala de Aula. Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-ED, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995. Disponível em: < http://www.eca. usp.br/prof/ moran/vidsal. htm#propvideo> Acesso em: 01 dez. 2006